quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Conheça Dona Isnar, a macaraniense de 115 anos que mora no Espírito Santo e é cheia de histórias e lições de vida

O Responsável traz a reportagem especial do Correio do Estado que conta a história da macaraniense Isnar Alves de Almeida, de 115 anos, considerada uma das pessoas mais idosas do Brasil, Isnar Alves de Almeida, a Dona Neném, mora em Sooretama, no Estado do Espírito Santo e esbanja saúde e sabedoria.

Nascida no dia 24 de agosto de 1907, na zona rural de Macarani (BA), dona Isnar Alves de Almeida, de 115 anos de idade, ainda hoje esbanja simpatia, saúde, sabedoria e muita sobriedade. Ex-cozinheira, ela é considerada uma das pessoas mais idosas do País, conforme dados do último Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo que a próxima pesquisa ocorrerá apenas em 2020.

Há anos, essa simpática senhorinha chegou em Linhares com o marido para trabalhar na roça e, depois, como cozinheira. Atualmente, dona Isnar, também conhecida por ‘Neném’, é viúva e mora com um neto no Centro de Sooretama.

Ela conta que ao chegar no local onde reside até hoje, havia apenas uma casa de tábua em um dos lados da estrada de chão onde, atualmente, é a rodovia BR 101 – Norte, que cruza a cidade. Acrescenta que na juventude não havia as novidades que, agora, atraem tantas pessoas, como as redes sociais, entre outras tecnologias. "No meu tempo era tudo muito bom, porque não tinha esses telefones da modernidade que afastam a juventude da família. A gente não via filho contra o pai, as desavenças de rotina e essa violência na rua”, disse dona Isnar.

A ex-cozinheira lembra que, após os estudos, era tradição as crianças e jovens ficarem boa parte do tempo dentro de casa com os pais e familiares, ou ajudarem na roça. "Quando eu era nova, ia com meu pai para a roça, capinar, plantar de tudo, e não tinha essas desobediências dos dias de hoje, quando vemos os jovens na rua, morrendo tão cedo, devido à falta de educação, o uso de droga e a mente vazia”, lamentou.

"Pensei que era coisa de outro mundo”

"O lazer era visitar os amigos andando à pé, à cavalo ou nos burros velhos pelas estradas de chão. Quando vi o primeiro automóvel eu tinha uns 10 anos. Pensei que era alguma coisa de outro mundo. Já o primeiro avião, com umas luzinhas piscando, botou todo mundo para correr. Muitos caíram para dentro do mato, com medo. Mas é invenção que veio para ajudar o povo”, avaliou.

Dona Isnar relata também que teve três ex-maridos e que todos faleceram, mas mesmo com a idade avançada e, já após os 100 anos, teve um pretendente que tentou conquistá-la. "Era um mascate que saía de Linhares para vir aqui em Sooretama, mas coloquei ele para correr. Tentava me agradar com as coisas que vendia (risos)”.O segredo dessa vitalidade e longevidade está na felicidade e o sorriso no rosto que sempre acompanham a dona Isnar. "Para viver muito, é preciso ser feliz, conservar a saúde, ter fé em Deus, além de conviver bem com a família”, aconselha a idosa.

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