Quando os nomes são comparados no Google Trends, ferramenta do Google que mostra os termos mais populares em determinado período e região, Lula aparece como o mais popular nas pesquisas, considerando uma média ao longo de todo o ano. Michel Temer, por sua vez, teve o pico mais alto de interesse em um período isolado, em maio, quando eclodiram as delações da JBS.
O desempenho não significa, necessariamente, apoio ou desaprovação dos internautas aos políticos colocados na comparação, já que o Google analisa puramente os termos de pesquisa, e não o conteúdo dos materiais encontrados.
Em uma escala de 0 a 100, em que 100 é o pico de popularidade de um termo na comparação, Michel Temer atinge o ponto máximo de pesquisas do ano no período entre 14 de maio e 20 de maio. Nesse intervalo, as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista foram reveladas, atingindo o presidente e originando duas denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra ele. Ao longo dos 12 meses de 2017, Temer teve 10%, em média, da popularidade desse pico.
Na mesma base de comparação, o nome do ex-presidente Lula aparece com 11%, em média, do interesse no ano. O pico da popularidade do petista no site de pesquisas ocorreu de 7 a 13 de maio, período que coincide com o primeiro depoimento do petista ao juiz Sérgio Moro no processo em que é réu na Operação Lava Jato, em Curitiba. A audiência de Lula ocorreu no dia 10 daquele mês.
Em terceiro lugar, Jair Bolsonaro apresenta um interesse dos internautas de 6% em relação ao pico das pesquisas, que foi a delação dos irmãos Batista. O deputado, um dos presidenciáveis nas eleições deste ano, exibe uma popularidade mais diluída ao longo dos 12 meses que a dos outros dois políticos, que por sua vez registram aumentos repentinos em determinados períodos do ano.
Na comparação com base em dados do Google, outros nomes aparecem com popularidade bem mais baixa. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), também alvo das delações da JBS, e o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tiveram 2% do interesse do pico ao longo do mesmo período. Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) não ultrapassaram 1% das pesquisas relacionadas a Temer em maio.
Presidenciáveis
Quando são comparados os presidenciáveis das eleições deste ano, Lula foi o mais popular nas pesquisas do Google em 2017, seguido na ordem por Jair Bolsonaro (PSC), Ciro Gomes (PDT), Rodrigo Maia (DEM), Geraldo Alckmin (PSDB), Álvaro Dias (Podemos), Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (PSD), Manuela d’Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (sem partido), João Amoêdo (Novo) e Paulo Rabello de Castro (PSC).
Nessa base, o pico de comparação é o interesse por Lula durante o primeiro depoimento a Moro, em Curitiba. A média do petista ao longo dos 12 meses é de 18% desse ponto, seguida pelos índices de Jair Bolsonaro (10%), Ciro Gomes (1%), Rodrigo Maia (1%) e Geraldo Alckmin (1%). Os outros eventuais candidatos tiveram menos de 1% da popularidade que o pico apresentou.
Quando é colocado na comparação o apresentador Luciano Huck, que negou ser candidato, mas cujo nome ainda ronda o cenário eleitoral, o Google registra um interesse pelo global de 5%.
Pesquisas
O interesse pelos presidenciáveis e políticos no geral, entretanto, está longe de atingir a popularidade de outros termos na ferramenta de pesquisa. Segundo o Google, as buscas mais populares na ferramenta em 2017 foram, nesta ordem: Big Brother Brasil, Tabela do Brasileirão, Enem, Marcelo Rezende, O Chamado, FGTS, Sisu, Furação Irma, Despacito e A Fazenda.
Entre as 10 personalidades que mais interessaram ao público no Google durante o ano passado, também não há nenhum político. O ranking mostra, nesta ordem: William Waack, José Mayer, Léo Stronda, Fábio Assunção, Pabblo Vittar, Marcos Harter, Emilly Araújo, Elettra Lamborghini, Daniela Araújo e Eike Batista.
Estadão Conteúdo
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